Como última relíquia não só dos The Doors mas também desta semana, mês e ano, nada melhor que deixar uma celebração, porque não é apenas uma música, é uma apoteose do que foi Jim Morrison e do rock psicadélico dos The Doors, a todos vós.
Celebration Of The Lizard é um conjunto de pequenas músicas e poemas da autoria do Jim Morrison criados, talvez, em 1968, o talvez deve-se ao facto de que apenas existe a indicação que havia interesse em pôr este conjunto de músicas no lado 2 do álbum Waiting For The Sun que foi lançado em 1968, o que nunca se veio a realizar. Assim, quem quiser encontrar a Celebration Of The Lizard terá que ouvir o Absolutely Live de 1970 onde estão os 7 poemas juntos numa edição de 14 minutos ou então Legacy: The Absolute Best onde consta uma versão de estúdio nunca editada desta música, sendo a versão mais completa com 17 minutos.
A meio desta celebração poderão notar um instrumental e uma letra que conhecem e para vos apaziguar a alma, o que estarão a ouvir nessa altura será Not To Touch The Earth, que acabou por ser o único a fazer parte dum álbum, o Waiting For The Sun.
Celebration of the king
1. lions of the street
2. wake up
3. a little game
4. the hill dwellers
5. not to touch the earth
6. names of the kingdom
7. palace of exile
1. lions of the street
2. wake up
3. a little game
4. the hill dwellers
5. not to touch the earth
6. names of the kingdom
7. palace of exile
Convém realçar, primeiro que tudo, que o que se segue é apenas a minha maneira de interpretar o que ele escreveu neste conjunto de poemas e como estão acompanhados.
Em Lions Of The Street, Jim Morrison descreve o ambiente exterior duma história, uma história surreal e macabra, como é hábito dos seus poemas, num ritmo lento e profundo..
“ Wake Up! You can’t remember where it was!”
Como se dum pesadelo se tratasse, ele grita e torna a nossa mente, num instante calma, em algo perdido entre o sono e o sonho que teve, entre o real e o irreal, sendo confuso tanto a sua escrita como a própria situação em si; neste momento já estamos em Wake Up, o segundo poema, aqui no acordar para a realidade a sua loucura aumenta tanto na sua escrita como na sua voz chegando ao transe retratado na passagem para A Little Game, num tom calmo e mordaz Jim começa
“Once I had a little game
I like to crawl back in my brain
I think you know the game I mean
I mean the game called "go insane" "
E acaba com:
“And I'm right there, I'm going too
Release control, we're breaking through”
A partir daqui adensa-se o instrumental e já estamos mais na presença de Waiting For The Sun e dos The Doors que do American Prayer e dos poemas crús de Jim Morrison, é a vez de The Hill Dwellers (Habitantes nativos). Mais um retrato frio duma paisagem ao mesmo tempo real e inóspita mas também surreal e hiperbolizada.
“And daughters, smug with semen eyes in their nipples”
Segue-se a Not To Touch The Earth, já susodito antes, muito ao estilo do próprio álbum onde se insere, quase que uma viagem até ao pôr do sol onde uma das passagens é esta música e convém sublinhar passagem e não paragem porque é uma continuação, neste trecho de forma optimista, acelerada, um ritmo frenético num misto de rock psicadélico e quase que um punk fora de época pelos seus vocais arranhados ao atingir o clímax e finalizando dizendo, quase que anárquico se a época fosse outra.
“I am the Lizard King, I can do anything”
Em Names Of The Kingdom sente-se o aproximar do final da viagem já quase em modo de quem está a contar algo que aconteceu e não do que está a acontecer, tal como é próprio do Jim Morrison, retratar paisagens desertas e monótonas com personagens e acontecimentos inóquos e estranhos.
Por fim a retórica final em The Palace Of Exile,
“For seven years I dwelt In the loose palace of exile”
talvez pudesse ser uma referência ao que fez desde que acabou o secundário e entrou na universidade até chegar a 1968.
“Now Night arrives with her purple legion.
Retire now to your tents & to your dreams.
Tomorrow we enter the town of my birth.
I want to be ready.”
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