crazy stupid love



só por este mini-cartaz podemos ter acesso ao primeiro e grande trunfo deste filme: o seu elenco. steve carell famoso pelo seu papel em the office (que decidiu deixar e, tirar-me o the office da lista de séries que vejo...) e claro, o seu virgem aos 40 anos, é quase um ponto mítico a seu favor. depois surpreendentemente, ryan gosling  aparece no que podemos chamar de comédia romântica, coisa que talvez para quem só o conhece por "the notebook" acha que é algo coeso no seu reportório de filmes. no entanto ryan gosling (e, puxo a sardinha para o meu lado visto que sou uma grande fã), é quase um outsider a este tipo de registo; no seu reportório constam "lars and the real girl", "half nelson", "all good things" ou mesmo dos seus filmes iniciais "united states of leland" que figura nos meus filmes preferidos e, são todos elementos de culminar dramático, reflectivo e, que representam a sua carreira. recentemente podemos observar uma ponte entre os seus papéis dramáticos e a sua versão mais pop com rachel adams, quando saiu "blue valentine" com michelle williams, no entanto, na minha opinião é uma ponte muito estreita em beira de ruptura, porque considero um drama mais a cair para o estilo discrete que mainstream, apesar da explosão nos media que teve, a sua personagem é sem dúvida um drama no seu auge e, quer seja mainstream ou não de qualquer ponto de vista, ryan gosling mantém o seu talento em níveis que roçam o génio. passando para menos fanática e, mais para dentro do filme, chega julianne moore, a hollywood star com valor comprovado e, na minha opinião apesar de algumas divergências, diversas semelhanças com o seu "the kids are not alright" (que eu nunca percebi como foi para óscar nominations...). e claro está, que chegamos a emma stone. neste filme juntamente com steve carell não me desiludiu; eu  pessoalmente nutro um amor pelo o humor que é inerente a todas as suas personagens. depois de "easy a" e da canção "i've got a pocket that is full of sunshine", esta é a rapariga dos sonhos de qualquer pessoa. 

 quanto à plot, basta ver o trailer e percebemos aquela história que se vê por todo o lado neste momento: um casal junto à 25 anos, que perdeu toda a chama e a mulher decide que quer o divórcio porque já não é feliz. apesar de ser um filme leve, algumas pistas subtis na minha opinião levam a mais reflexão que uma simples comédia romântica. primeiro ponto que considero vital e que também aparece no trailer "quando é que nós deixamos de ser nós próprios? ", acho que é aquela reflexão fulcral, que em pontos de ruptura é que as pessoas se apercebem, que a pessoa que são naquele momento, não é nem uma sombra da pessoa que eram quando tudo começou. as pessoas mudam, e é inevitável e extremamente necessário nem que seja do ponto de vista evolutivo que isso aconteça, mas depois entra o paradoxo de que é possível que a pessoa por quem nos apaixonamos deixa de ser essa pessoa e, não continuamos apaixonados pela sua evolução. e, aqui entra a comédia romântica no filme: pega-se na existência da alma gémea e, isso é um turning point para aperceber-se que a relação pode resultar se voltarem a saber quem são as suas identidades enquanto pessoas e não enquanto casal. o que é um pouco o inverso do "blue valentine", em que as pessoas que se tornaram já não são compatíveis, apenas destrutivas. o que nos traz ao segundo ponto: as almas gémeas. como diz don drapper em "mad men" "o amor é algo que homens como eu inventaram". por isso ou somos cépticos sobre todo o conceito de amor, ou acreditamos que amor existe mas não existe o verdadeiro, existem diversas oportunidades para que aconteça ou então temos aquela pessoa que é a alma gémea. o filme aponta para a última e, de certa forma mostra muito do que a "someone like you" de adele descreve, mesmo que passem anos, o pensamento foge em direcção àquela pessoa no matter what. e aqui temos a perspectiva de comédia romântica que as almas gémeas existem e ponto, depende de cada um ter a sua perspectiva sobre esta conclusão do filme. por último, o grande cliché dos filmes: game changers claro que há sempre um gigolo que realmente se apaixona e deixa de ser um player (pela emma stone, who wouldn't buuut...). e, realmente isso pode acontecer (i've seen it, promise) mas não acontece a todos. 

 quanto ao elenco, steve carell está genial, especialmente porque vejo o michael scott all over it e, isso faz com que qualquer fã dessa personagem sinta uma nostalgia com este filme; a emma stone, engraçada como sempre, com as suas caretas, com a sua voz rouca e as suas gargalhadas que alegram qualquer pessoa; quanto a ryan gosling, eu sou fã do seu lado dramático por isso é difícil para mim achar que este é um filme bom para a sua pessoa, no entanto agradeço ao realizador por ele ter tirado a t.shirt; quanto à julianne moore, foi-me quase indiferente; ao contrário de jonah bobo, o miúdo que faz de filho de steve carell e julianne moore, que faz qualquer pessoa sorrir com o seu ar bochechudo, o seu cabelo e o seu ponto de vista de criança num mundo de "crescidos".

RATING 4/5

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