berardo

colecção permanente do museu berardo: na minha opinião, é uma exposição essencial para qualquer pessoa, para ter de alguma maneira uma certa insight do mundo da arte. dividida por correntes e ao mesmo tempo cronológicamente, pode-se aprender as características gerais das correntes através de pequenos textos que acompanham cada secção artistíca e, com quadros bastante conhecidos, o que facilita a memorização e ligação de conceitos, sendo mais fácil aprender a distinguir correntes através de uma primeira observação dos quadros. esta colecção junta dois elementos essenciais para qualquer população: simplificação da aprendizagem de arte e entrada gratuita; o que resulta numa oportunidade equalitária em que só se priva quem quer.
elementos interessantes da exposição: a secção pop art britânica e claro pop art americana com andy warhol é divinal. deste são apresentados os seguintes:





nouveau réalisme - descolagismo, uma corrente artística que descobri na exposição em adorei os trabalhos expostos especialmente de raymond hains e jacques villeglé, apesar de talvez serem apenas postéis rasgados, existe algo na colagem das cores, em posters vintages e, todo esse mix histórico de paletes e tipografias que podemos ver expostos.

um último quadro que já tinha observado noutro museu (que ainda não me apercebi bem em que cidade) e que pela sua simplicidade faz.me pensar e, tem um impacto reflectivo além de visual.


para quem acha este último, uma tentativa de pseudo intelectual, eu compreendo e até dou os meus "props". vi este quadro na outra exposição a seguir a uma tela em branco exposta e, fez.me pensar no que realmente é arte. neste caso de lucio fontana, para mim existe algo mais e realmente provoca qualquer coisa quando o observo, no entanto uma tela em branco, ou uma tela toda preta, ou mesmo uma tela branca com um ponto negro minimo feito como se fosse por uma caneta (como vi de joan miró) é algo que a mim não me diz nada e não considero arte. claro que podemos imaginar o que pode significar e, acho que a premissa de que a palavra "arte" serve como desculpa, para mim até poderia funcionar se um quadro desses não tivesse o valor de mercado que tem. e, penso desta forma porque o valor de mercado de um quadro desses depende sempre do nome que o assina por baixo e, não pela reflexão que proporciona através da sua observação.

vik: e, na sequência da discussão anterior, vem a exposição de vik. que para mim, que levei a minha irmã de 12 anos a um museu para experenciar mais arte, que os posters de cantores, foi óptimo. e porquê? porque neste caso a arte foi o resultado de um talento que para os seus olhos é reconhecível, o que na exposição anterior (colecção permamente do berardo) ela não reconhecer com o seu cepticismo enorme de "eu também sei fazer aquilo".
mas o que é que a exposição de vik muniz tem de especial? vik muniz cria arte a partir de elementos do quotidiano, mas em formato de desenho (em vez de escultura como joana vasconcelos). entre estes elementos podemos ver desenhos feitos com bonecos do jogo de infância risco, geleia, manteiga de amendoim, caviar, diamantes, pedaços de papel, terra, linhas ou até mesmo lixo. e, como acho que isto só mesmo experenciado, vou aguçar a vossa curiosidade com alguns exemplos.







vik ficará no berardo até 31 de dezembro, por isso fica como uma boa sugestão de fim de semana acompanhada pelo famoso pastel de belém que dura até ao final do ano. 

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