the iron lady (2011)


the iron lady
105'

ano: 2011
realizador: phyllida lloyd
starring: meryl streep
imdb: 6,3












um dos filmes mais falados dos últimos meses e, obviamente o recente vencedor do óscar de best actress in a leading role. algo que, na minha opinião, é apenas residual, pois as votações dos óscares é algo que tento sempre passar ao lado e, só nesta nomeação é que fiz questão que tal não acontecesse. é algo de curioso no cinema e, um debate que surge bastante nesta altura: qual é o valor dos óscares? apostamos nos dados viciados ou alinhamo.nos com a sua tradição e legitimidade? tendo em conta este debate, sugiro este pequeno artigo, que basicamente fez.me desnivelar um bocado dos dados viciados mas do mesmo modo, criou novos fundamentos para a minha relutância:




voltando ao filme "iron lady", devo confessar a ânsia que tinha de ir ver juntamente com o meu pai no serão típico de domingo à tarde: sessão das 18h em que tentamos alinhar todos os cartões possíveis para termos desconto para a família, para depois fazermos as contas do quanto poupámos e eu ficar totalmente feliz por ser da zon, ser estudante e ainda ter o cartão lisboa viva. o filme não me desiludiu, satisfez as minhas grandes expectativas e, o que achei de tão bom, também achei que fez falta. como toda a gente sabe, o filme foca.se na personalidade, margaret tatcher, ex-primeira ministra do reino unido. mas o que é que o filme tanto tem de bom, que eu adorei e levou um óscar e, tanto tem de mal que de certa forma o levou a receber algumas más críticas e uma mísera avaliação de 6.3 no imdb? 

o foco principal é óbvio: meryl streep. uma grande actriz, que já tinha recebido dois óscares, um em 1980 por "kramer versus kramer", outro em 1983 por "sophie's choice"; e, esperou quase 30 anos para receber o seu terceiro (no entanto, já contava com 14 nomeações para o óscar para além das suas vitórias). no filme, comprova a sua experiência e talento, o que é excelente visto ter ganho o óscar, mas também criticado pelo facto da sua performance ter ofuscado o filme em si. 

quanto à história, é um constante flashback entre o actual (2008) estado de demência devido a alzheimer e  a sua vida anterior entre a sua adolescência e o momento em que saiu do número 10 de downing street. neste constante flashback, compreendemos a educação que tatcher teve tanto a nível escolar como familiar que delineou a sua vida política e, também qual era o seu ponto de vista politico sem nenhum exemplo em foco. uma das coisas que adorei no filme foi a continuidade histórica do reino unido que desconhecia e, que graças à ajuda da experiência do meu pai, pude ir acompanhando com umas "legendas históricas" mais extensivas. de certa forma, foi um ponto fraco do meu ponto de vista, porque foi a parte que considerei mais interessante e, que achei insuficiente, devido ao carácter extremamente pessoal do filme. no entanto, fiquei entristecida, quando li nos exemplos de críticas, que era contestada a veracidade dos factos apresentados, o que destronou o meu ponto de vista anterior. também foi apontado a perspectiva extremamente unilateral do filme, focando.se tanto em tatcher, que torna.se imperceptível o verdadeiro contexto e também torna quase invísivel o ódio e, os resultados das tomadas de decisão da carreira política de tatcher. concordo, mas apenas no sentido histórico e discordo com a unilateridade, que existiu mas propositadamente, não nos podemos esquecer que o filme é sem dúvida focado no foro pessoal de tacher, em termos de ideais, valores, moral e conduta. 

outro assunto que considero de relevo, deriva de uma entrevista de meryl streep para o 60 minutos, em que esta considerava este papel extremamente interessante, especialmente devido à persistência e firmeza de tatcher, que acreditava no "fazer" em vez do "idealizar" que tanto os políticos utilizam em jeito de sedução junto da população. e, no entanto meryl streep, menciona um ponto crucial deste filme: mais que um filme "histórico", esta é a história de uma mulher que governou um país e que actualmente está demente e, precisa de ajuda para fazer as tarefas quotidianas. é fulcral não ignorar a luta do indíviduo contra a perda da sua própria sanidade e, acima de tudo, a evolução da negação para a constatação da batalha que terá de ser dada como perdida. 

adorei o filme, é um cocktail de história, política, poder e a afirmação do sexo feminino num contexto masculino (elemento que foi bastante enfatizado na fotografia do filme). não é um filme que agrade a todos, mas quem se interessar por estes temas, de certeza que irá gostar. 




devo admitir que foi um dos momentos mais bonitos que já vi em qualquer tipo de cerimónia de prémios.



RATING: 4/5

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