melangé de filmes

trust
106'

ano: 2010
país: u.s.a.
realizador: david schwimmer
imdb: 7.0







o filme apresenta um dos tópicos mais polémicos que a internet criou e, neste caso no sentido negativo (na minha opinião, o pior que a internet trouxe): o acesso cada vez mais facilitado dos pedófilos a crianças por todo o mundo. é um tema bastante retratado e discutido, várias são as histórias reais que já se apresentaram na televisão; no entanto, este filme aborda uma questão que não é discutida e que ainda não vi caracterizada  a não ser em casos de rapto, que é o apego e defesa do agressor por parte da vítima. mas passemos à caracterização da história em si. 

annie é uma rapariga que acaba de fazer 14 anos, desportista, que se encontra no contexto comum de highschool e, em que como muitas vezes acontece nos filmes americanos, não se integra no grupo dos populares, neste caso, não só se integra como não se identifica minimamente. relativamente à sua família, é apresentado um contexto bastante próximo, tendo um irmão mais velho, uma irmã mais nova, o pai trabalha em publicidade e a mãe é dona de casa. no seu 14º aniversário, os pais oferecem.lhe um macbook pro (product placement tão descarado que parecia uma venda ao público) e, a partir daí annie arranja um amigo chamado charlie. como sempre o cliché, charlie diz que a câmara está estragada e, pede que ela lhe mande fotografias. numa primeira fase, charlie dá detalhes da sua (suposta) família e, fala constantemente durante o dia com annie; quando existe a primeira troca de fotos, charlie conta a annie que afinal tem 20 anos e, annie apesar de hesitar, deixa passar. charlie aumenta para 25 mais tarde e, mesmo assim annie já reconfortada por ter aquilo amigo, deixa-se levar. 

até que surge o turning point, annie encontra-se com charlie e, ele tem cerca de 30 anos. confrontada com tal realidade, annie resiste e, insiste que charlie lhe mentiu, no entanto, este insiste de que entre alma gémeas não existe idade, simplesmente a pessoa em si. um passeio no centro comercial leva a que charlie demonstre a sua atenção por annie, que encontra no adulto o mesmo conforto que tinha anteriormente. apesar disto, annie entra no carro com charlie (e, aqui acharíamos que ele a raptaria) oferece-lhe lingerie, mas annie continua. vão para um motel, annie experimenta a lingerie e, entretanto charlie força.a a ter sexo com ele, e esta em estado de choque simplesmente desliga. annie volta para casa e, a partir daqui ocorre a maior transformação. annie procura charlie insistemente, sem qualquer resposta. uma das suas melhores amigas descobre o que ocorreu e reporta à sua escola que imediatamente faz o mesmo à polícia. 

 neste momento, tudo parece ser algo inacreditável, especialmente quando os pais têm exactamente a mesma perspectiva que os espectadores: como poderia uma rapariga ainda procurar aquela pessoa e defendê.la? e, ainda para mais, no primeiro encontro ter ido para um motel com um adulto estranho? 

 e é aqui que o filme intervém, numa tentativa de um pai superar tal acontecimento mas também perceber o ponto vista da sua filha, tal como, o espectador é levado numa viagem a tentar perceber como uma adolescente poderá ter esta reacção. de uma maneira mais subtil, o filme aborda também o facto de cada vez mais cedo os jovens terem relações sexuais e, com vários parceiros. 

liana liberato, que interpreta annie, tem uma performance genial, que acompanhada por clive owen tornam este um filme acessível, dramático, mas não demasiado violento. 

RATING 4/5

*

the help
137'

ano: 2011
país: u.s.a.
realizador: tate taylor
imdb: 8.1







sempre de olho nos filmes de emma stone, já há algum tempo que me encontrava à espera deste filme em questão. diferente do seu habitual charme, vemos emma stone nos anos 60 com um penteado que nada a favorece e sem o seu toque de humor já tão habitual nos seus filmes. apesar de ser considerada a protagonista, a história centra-se numa das personagens que caracteriza o tópico central e descrito no nome do filme: the help. the help (ou as serviçais em português) são as empregadas domésticas que durante os anos 60 eram todas negras e, que co-existiam com a raça branca como num sistema de apartheid, obviamente desigual. no entanto a ingenuidade cínica das famílias brancas representadas neste filme caracterizam.se bem numa das falas de hilly holbrook "equal but separated". outro ponto relevante (além de um estilo apartheid) é o facto de estas serviçais criarem as crianças que futuramente serão as suas "patroas" e, em como parecem perder o respeito e esquecer que estas foram realmente as suas mães. 

o ponto forte sem dúvida deste filme, é um retrato detalhado de como estas serviçais viviam, trabalhavam e criavam estas crianças.

RATING 4/5

*

like crazy
90'

ano: 2011
país: u.s.a. e u.k.
realizador: drake doremus
imdb: 6.8







um filme que apesar de ser daqueles românticos é realista e viciante e, de qualidade. a fotografia, a filmagem, os locais de filmagem, todo o estilo de vida das personagens facilmente cativa pessoas como eu. talvez por me identificar de certa forma com o filme (presunção probably) a minha imparcialidade não estará tão em alta, no entanto o prémio de "grand jury: dramatic film" no sundance, fundamenta o filme imparcialmente. 

aconselho vivamente e, acrescento desde já que a descrição não faz juz ao filme, não é só um rapaz que se apaixona por uma rapariga inglesa e ficam separados por ela ter sido banida dos u.s.a. é uma história de amor, por assim dizer (a lamechice de história de amor não está incluída), que considera a distância como um obstáculo, uma variável que apesar de difícil de ultrapassar e, quase sempre ganhar, não detiora o sentimento mútuo e, este é um exemplo disso. de como por vezes, a distância e o tempo, podem distanciar, até retirar o contacto, mas isso não implica que o que se partilhou não permaneça. 

é lamechas esta última frase que escrevi, but that kind of thing happens. 

deixo por fim uma frase da protagonista, que vem no trailer e, realmente says it all:

"I thought I understood it. But I didn't. I knew the smudgeness of it. The eagerness of it. The Idea of it. Of you and me."

RATING 4/5

*

the future
91'

ano: 2011
país: u.s.a. e alemanha
realizador: miranda july
imdb: 6.5







para quem já conhece "me and you and everyone we know", imediatamente reconhece neste filme o toque claro de miranda july (realizadora e actriz principal em ambos). no entanto, este filme ganha ao "me and you and everyone we know" no sentido de história e, especialmente no sentido de não passarmos o filme inteiro com um balãozinho imaginário colado à nossa cabeça a dizer "wtf?". hamish linklater penso que consegue equilibrar bem o filme, o que não acontece na minha opinião com john hawkes no "me and you and everyone we know". 

a história basicamente reflecte sobre como as nossas prioridades estão alinhadas e como estas mudam caso nos mudem o deadline de vida. isto parece entusiasmante de um ponto de vista do cinema independente e dar um bom filme. well este filme não dá algo tão meaningful, demonstra talvez que as prioridades mudam mas existe sempre aquela ânsia por coisas mais seguras e, acho que neste filme acaba por fugir a uma ideia que é tão boa. no entanto, para fãs de miranda july, devem adorar esta interpretação. 

eu fico pelo não achar grande piada ao filme, mas sim à sua fotografia (neste sentido miranda july é inevitavelmente uma das melhores que já vi). e, devo admitir que os apartes do gato, são mesmo miranda july e, na minha opinião extremamente irritantes (no contexto do where the wild things are faz sentido, aqui é demasiado awkward). 

RATING 3/5

*

the queen
103'

ano: 2006
país: u.k.
realizador: stephen frears
imdb: 7.5







um dos filmes que mais ouvi falar na sua altura e, que andei sempre em modo de "um dos filmes que quero ver, mas nunca efectivamente vi". o que dizer sobre este filme? claramente sobre a rainha elizabete II e, da sua perspectiva, o que é algo estranho no mundo visto que parece sempre existir a perspectiva de má sogra de lady di e, a monarca inglesa (e, mais conhecida do mundo probably). no entanto, quando comecei o filme não vi qualquer tipo de sinopse por isso escapou.se.me o facto de ser apenas sobre um exacto momento da sua história: na altura em que a princesa diana morreu. 

o filme tenta portanto mostrar o lado da rainha isabel II quanto a todo o caso e, em como funciona a parceria primeiro-ministro e rainha, especialmente quanto a aspectos mediáticos e não económicos.

fazendo eu parte de um país sem monarquia instalada, o que me alertou neste filme foi o facto de os ingleses terem posto em causa a rainha quando esta recusava.se a comentar a morte de lady di, o que para mim é questionável terem posto em causa a monarquia nesta situação e nunca a terem posto anteriormente tendo em conta o estilo de vida real e de onde provêm os fundos que pagam esse estilo de nível. 

em conclusão, diria que é um filme interessante para se perceber a posição da rainha nesse acontecimento da história real inglesa, mas também pelo modo como é retratado, no entanto, deixo a minha remark no quanto é redutiva a time line em que o filme é apresentado, querendo eu dizer com isto, que quase não existe um enquadramento anterior à morte de diana e à personalidade e história da própria rainha isabel II.

RATING 3/5

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