arcade fire






arcade fire
achei por bem, devido ao meu vício pelas suas músicas que deveria apresentar um micro-post sobre o mundo no qual me enquadro destes senhores e senhoras. 

devo admitir, que vi-os em 2007, da primeira fila, como uma mera ouvinte do que se dizia do seu talento
e não por tê-lo confirmado pelos meus ouvidos. sem dúvida que foram um excelente concerto e, considerado por muitos o melhor concerto do super bock no ano de 2007. no entanto, não passei de uma mera ouvinte do seu concerto, que apesar de bom, não me cativou além palco e sinceramente devo admitir que senti quase como se fosse uma versão alternativa dos kelly family. 

passados três anos sai o the suburbs, o meu cepticismo bloqueia-me de tentar ouvir o albúm apesar dos inúmeros prémios e, num dia que me apanham desprevenida, fico a ouvir o albúm inteiro em modo vício e, para minha surpresa eram nem mais que os arcade fire. e assim se espalhou o meu amor pelo the suburbs e, após estar arrebatada expandi o meu ouvido para o restante reportório, que fez-me duvidar da minha primeira impressão e da minha segunda: primeiro, eles são excelentes e segundo, o the suburbs não é o seu melhor, mas talvez o seu albúm mais coeso. 

e, por isso decidi criar um post para todos aqueles que como eu, se mantêm cépticos a estes sr's talentosos que ao vivo, são um excelente espectáculo e culminam em todo o seu palco aquilo que poderíamos personificar do conceito de paixão pela música.

no título da música poderão fazer o click que vos direccionará para a música em questão no youtube.

na minha opinião, o culminar dos arcade fire em termos de instrumentos, de construção da música com alguns pontos altos, quer com voz, quer a nível experimental, que provocam um constante remoinho no estômago e, uma certa ansiedade pelos pequenos auges que proporciona. é para mim também, a minha letra preferida do seu reportório, que considero mágica e ao mesmo tempo sombria e, marca para mim uma diferença da maioria do reportório dos arcade fire, que para mim é maioritariamente favorito devido ao talento instrumental e, não ao carácter lírico.
a revolta no minuto 1:20, é um daqueles momentos que nos arrancam da cadeira para gritar com win butler e, o que para mim é o culminar centra-se no minuto 2:17 em que soam as palavras de ordem "un, deux, trois dis: miroir noir, black mirror!"  seguidas do culminar instrumental no minuto 2:25.
é tão perfeita, que tive que enumerar as suas pequenas perfeições mais que óbvias.

é uma música que arrepia, em que win butler arrepia com as suas elevações de voz seguidas de momentos serenidade mas sempre deixando-nos em alvoroço. talvez uma das músicas que mais me arrepia no pânorama musical e a parte em que ouvimos gritar "then we think of our parents, well whatever happened to them?" é para mim aquele momento de perfeição.

esta música para mim resume-se apenas a uma palavra: hino.

o princípio desta música é um fenómeno, é uma explosão que ao vivo, faz electrificar qualquer ser vivo das redondezas. provavelmente a música com mais magia de hit de alternative rock, de letra mais afável e no entanto, para mim a melhor do albúm, não existe nenhuma parte em que consiga ficar estática seja onde for que isto toque.

5. neighborhood #2 (laïka)
o ritmo desta música é viciante, o seu "come on alex you can do it, come on alex there's nothing to it!" é algo que não sai da cabeça durante um bom tempo. é talvez como muitas das músicas de arcade fire, letras de certa forma abstractas em que é complicado analisar o porquê de terem escrito e procurar significados, não só a nível de contexto mas também de identificação pessoal.
no entanto, esta música reflecte sobre o cão laika que foi o primeiro ser vivo a ir ao espaço, de certa forma como um "sacrifício" pelo bem da humanidade ("it's for the neighbourhood").

6. wake up
tal como a no cars go: um hino. mas com uma letra que tanto tem de pessimista como de brutal. os back vocals, tornam esta música num hino apesar do seu pessimismo que tem o culminar no seguinte verso:
"We're just a million little gods causin' rain storms turnin' every good thing to rust."
e, a mudança de ritmo final, é das coisas mais cutes que já ouvi.

7. we used to wait
esta música é magia. esta ao contrário da maioria das músicas de arcade fire, salta a letra e, a instrumental apresenta-se em segundo plano.


8. month of may
não é das minhas músicas preferidas, definitivamente de todo o reportório dos arcade fire, nem sequer do albúm the suburbs, mas difere através do ritmo alucinante de tudo o resto que já fizeram (na minha opinião, ultrapassando a nível de ritmo a power's out mas não em termos de qualidade).


9. suburban war
para mim esta música é a essência do albúm the suburbs e, acho que é injustamente deixada um pouco de lado. penso que deixa toda a mensagem do albúm (utilizando uma parte literalmente e completa da música the suburbs), de separação entre as amizades da adolescência com que crescemos e que mais tarde tudo muda e parece que essas pessoas só existem em memórias (my old friends i can't remember when you cut your hair, i never saw you again), sinto especialmente que isso começa a caracterizar a situação presente da minha geração.


10. wasted hours  
esta tornou-se uma música mágica para mim, quase de modo de meditação de certa forma ao nível de um valium mental. e acho que como a capa do albúm, devia-se parar o carro, onde quer que seja, pôr esta música alta e fixar-nos nesta parte:

"wasted hours before we knew where to go and what to do,
 wasted hours that you make new, turn into a life that we could live"


e, importante: oiçam a versão longa.

3 comentários:

Fabrício Lima disse...

Boas avaliações, concordo plenamente que o The Suburbs ''abriu'' os olhos pros outros albuns, eles são bons demais, nunca tive a oportunidade de ver Ao Vivo. Concordo muito também quando diz que Ready to Start é a melhor musica do The Suburbs e tmb que Suburban War traduz a essencia do album.

Fabrício Lima disse...

Nossa, sou brasileiro, e agora que percebi que o blog é portugues, muito legal o conteúdo dele, parabéns Patricia

Patrícia Neto disse...

Obrigado, Fabrício ! qualquer sugestão, é só deixar um comentário :)