foi mais fácil pensar que não voltava. saber que acontecesse o que acontecesse no meu rasto, não seria mais que isso, um rasto do qual me podia libertar através de um corte temporal e espacial. mas volto e, as consequências são devastadoras, o instinto animal que devora tudo o que é consumível, o divagar sentimental que deixa sempre histórias intermitentes na nossa franqueza mental. queria (quero) acreditar, que sou capaz, que consigo estabelecer-me em mar, apesar das inúmeras correntes. queria assegurar insanidade temporária após crimes passionais de preservação num território atómico. mas não. voltar, consagrar um tempo futuro com um tempo passado é transversal, recorrente de cicatrizes que começam a secar. e este asfalto que tanto esquartejei cujas marcas de pneus impediram qualquer capa, vai-me corroer outra vez e terei que saber observar as fissuras da calçada sem acrescentar mais nenhuma. é a dor de um viajante com casa, de um poeta com remetente já escrito, de um marinheiro com uma âncora já pregada no chão. só matando primeiro não serei presa.
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