Candice Bergen, o primeiro trabalho que vi dela foi em Murphy Brown (sim, sou uma jovenzinha) numa das sic's da tvcabo. A sua personagem, Murphy Brown, uma jornalista forte, quase inquebrável estendia-se aos meus olhos através da caixinha mágica e, eu pensava: é assim que eu quero ser quando for crescida. Sim, ainda não sou crescida, mas sem dúvida que a sua personagem influenciou.me em estabelecer certos pontos para mim próprio e, em como projecto a minha vida futuro e actuo na minha vida actual.A série já estava enevoada na minha cabeça, até que acordo hoje de manhã e aparece Boston Legal. Já tinha visto algumas vezes, sem dúvida que séries de advogados são algo interessante para mim, viciada em argumentações e persuasões, Boston Legal é a série perfeita para mim. E, aparece Candice Bergen, a Shirley. Apanho-a no momento em que está em plena alegação final e ataca os EUA, o seu país em nome do seu cliente um homossexual do exército. Na suas inúmeras argumentações, uma ficou-me em relação ao comportamento do país em relação a homessxualidade (e, sim nos EUA que em Portugal nem ai chega) 'Sim, está tudo bem em serem gays, mas estejam calados'. Referia-se por exemplo a Hillary Clinton e a Barack Obama.

A tomada de posição num assunto como este é delicada e, então como políticos a sua opinião tem de ser discreta, 'dizemos que sim, mas sshhh ninguém pode saber, só vocês para angariarmos alguns votos'.Atenção. Não julgo-os por tomarem tais medidas de protecção de imagem política, tanto que o meu enquadramento explicou isso mesmo. É uma posição delicada e, dizer que sim ou dizer que não, pode ter resultados catastróficos na popularidade.

Em Portugal, temos o BE e a JS a lutarem pelo referendo, o Governo permanece calado, sem grandes alaridos, porque é um assunto a nao tocar, ainda por cima com as eleições legislativas tão perto. A questão é que José Sócrates sabe que o seu país é retrógado, talvez ele mesmo seja, mas os países a nível mundial estão a dar esse passo em frente e, ele permanece no silêncio. Arrisca-se a perder resultados ou a ficar para trás? A pressão é cada vez maior, o movimento lgbt está cada vez mais forte, já existem caras pela causa, já existem esforços, acontecimentos públicos. O que fazer ? Todos sabemos, mas todos fingimos que não está aqui. O grande elefante.

Isto tudo resume-se a uma única coisa: o Ok do casamento entre pessoas do mesmo sexo, é fraco e só demonstra o preconceito ainda presente, mesmo havendo dois homens de mãos dadas na rua. No presente, a lei concede a liberdade civil, cada um faz o que quer, publicamente essa liberdade é restricta por olhares maldosos que desprezam a vida dos outros, violência derivada das mentes mais retrógadas e estúpidas. Actualmente, o respeito não existe, nem na lei nem nas pessoas. Não estamos todos no mesmo patamar, por muitos 'a vida é deles, eu não tenho nada a ver com isso' - a tentativa de ser tolerante - deles.

Por isso não me venham dizer que está tudo bem.

1 comentário:

Ricardo Sousa Ribeiro disse...

This house is a circus, berserk as fuck.
A sociedade é assim, é doente, possessiva e dogmática. Solução? Hábito.
Preocupas-te?
Quem sou eu para dizer que deves ou não, mas nunca vi os pretos pintarem-se de branco só porque éramos racistas, pronto tira o Michael Jackson, temos que defender o que acreditamos, independentemente se o somos ou não, para descontraíres, pensa lá nos defensores do suicídio assistido, eles matam-se no meio da rua, e as pessoas vão olhar de lado, julgar, arregalar os olhos e vão ficar pasmadas, vão comentar e fazer juízos de valor, mas caramba ele já está morto, não se vai sentir oprimido.
Bom texto, mas fica aqui, que talvez tu, talvez nós, devemos nos mover e mudar.
YES WE're CANdy cowboys :P