syria calling

síria, o país nas bocas do mundo e, nas pontas dos dedos das nações unidas. a síria surge como o seguimento da líbia, um país governado por um ditador chamado mr. assad que partilha as práticas de violência de muammar gaddafi e, cujo regime as nações unidas põem em causa e pedem que o presidente assad se demita para que o país possa prosseguir para uma democracia. 

este pequeno parágrafo levanta inúmeras questões nas entrelinhas, em que na minha opinião, a maioria do mundo não se pergunta e muito menos se apercebe da sua presença e no que isso poderá significar para o mundo e, numa perspectiva mais egoísta tão típica das famílias ocidentais, do nosso futuro. quero eu com isto dizer, que a filosofia das famílias ocidentais relativamente a questões do meio oriente, ainda consegue ser pior do que as suas posições relativamente a áfrica. quanto a áfrica temos pena do que lá acontece e, então tornou.se no destino de caridade para quando as consciências se tornam pesadas juntamente com as carteiras ou quando simplesmente, se quer ser corajoso e, se diz para si próprio "um problema são as crianças de áfrica, não é isto que estou a passar!" e pronto, assim ajudamos o nosso dia a passar de forma mais leve e menos conscienciosa dos nossos problemas.

o médio oriente é uma nova questão. quase que diria e, devo admitir que é ofensivo, mas o 11 de setembro quase que parece uma estratégia de branding em que se segue o lema das celebridades "boa ou má publicidade, o importante é ter publicidade!". a verdade é que só ai o oriente ganhou um sítio no mapa para as famílias ocidentais (claro que ficará sempre a questão, se a empresa que protagonizou tal estratégia de sucesso de branding será o governo americano ou o famoso al-qaeda, que para um grupo que se quer manter escondido, faz bastante sentido ter.se tornado no gang mais famoso do mundo). o 11 de setembro, aquele evento que marcou a história e, que ninguém realmente se importou com a investigação no mesmo, deu o argumento ocidental assinado pelos estados unidos, para atacar quem quiser, quando quiser, sem motivo qualquer. lá se entrou pelo afeganistão, prosseguiu.se para a terra das armas nucleares que não existia e, curiosidade das curiosidades, um ditador que cortava as mãos às pessoas. e, os estados unidos, heróis do mundo com os seus militares salvaram o iraque da ditadura e, nos bastidores espancaram os iraquianos que puderam e, levaram para guantânamo outros tantos, com a mesma filosofia, do vão para onde eles quiserem, quando eles quiserem e sem os motivos que quiserem. quase que diria que isto parece o cenário das conquistas que a américa não teve, por ter nascido tão tarde e, agora estar a tentar criar história às três pancadas e fazendo guerras com tiros, porque não aprenderam a lutar com espadas e socos. 

para além da soberania americana por terras do médio oriente, surgem as nações unidas, que condenaram gaddafi pelo seu governo e a maneira que tratavam a sua gente e, forças militares ajudam a derrubar o sr. e, ele morre em praça pública. diria mesmo que a única justiça que foi feita pela população da líbia foi só mesmo a morte de gaddafi, porque tudo o resto deve.se à ajuda necessária das nações unidas. e, agora surge a síria, mais ou menos o mesmo exemplo: 

ditador + população que sofre = nações unidas preocuparem.se com a falta de democracia. 

e dentro das nações unidas surgiu o debate: qual é a legitimidade que as nações unidas têm para interferir em assuntos nacionais e decidir o que é bom ou não e atacar ou não? 

e aqui surge mais um dilema, será que essa legitimidade depende das intenções por detrás da decisão? curiosamente o médio oriente é conhecido pela sua produção de petróleo. mas isso é apenas um facto que de certeza que as nações unidas, especialmente os estados unidos, não têm em conta para decidir os governos que devem ser postos em causa ou não. no entanto, não é só os países que acham ter legitimidade para deitar governos abaixo que escondem más intenções. curiosamente também, a rússia e a china, opõem.se a esta legitimidade para poder decidir o que é bom ou mau, mas talvez porque quando os ditadores tiverem sido todos deitados abaixo, o alvo dessa legitimidade sejam eles próprios. e, claro que sem a ditadura na síria, talvez a balança de negócios russa a nível de armamentos, sofra com isso. 

curioso, que os países com mais problemas a nível europeu, estejam todos em efervescência com a possibilidade das pessoas que lhes dão dinheiro poderem vir gerir as contas públicas; mas talvez se lhes perguntarem se as nações unidas podem intervir militarmente noutro país, eles estarão mais que à vontade para tal. 

mas todo este debate da síria, ainda traz mais uma curiosidade, mais uma vez, relacionada com os e.u.a. obviamente. quem é o novo alvo dos e.u.a. por supostamente ter armas nucleares (e até as devem ter...)? o irão. o irão cuja empresa nacional de petróleo é a segunda maior do mundo. e curiosidade das curiosidades, a síria, é o principal aliado do irão no médio oriente. estas coincidências geográficas são incríveis. 

outra questão e, essa sem dúvida, deriva de ser uma questão bastante importante para mim, é israel. israel continua a ocupar áreas da palestina, a dificultar a vida em gaza, destruindo hospitais e escolas, matando civis. ou seja, um conflito entre dois países, as nações unidas condenam mas não fazem nada, mas entrar por um país a dentro e dizer que o governo está errado já pode acontecer. 

é assim que o mundo anda e, ninguém parece se preocupar com isso. o egipto esteve na moda nas redes sociais por causa da revolução em tahrir square, até na occupy london em st. paul's cathedral, ouvi que o que aconteceu no egipto é um exemplo de que as pessoas podem conseguir e, é uma inspiração. curioso, é que depois da revolução, ninguém se preocupou em saber o que aconteceu depois. admite.se que tudo correu bem e, usamos a tahrir square como motivação sem saber realmente o seu conteúdo. 

é assim que o mundo anda e, tento que ao escrever as pessoas percam apenas algum tempo para ler uma síntese do que está a acontecer e o que poderá acontecer, só porque não estão atentas, ou simplesmente as notícias certas são difíceis de encontrar no meio de tanto lixo que passa nos jornais e na televisão. 

recomendo um artigo sobre o caso da síria e um vídeo sobre o pós-tahrir square: 




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