contagion (2011)



contagion
106'

realizador: steven soderbergh
staring: lawrence fishburne, jude law, kate winslet, marion cottilard, matt damon e gwyneth paltrow
imdb: 6,9












após ter visto a promoção do filme em billboards com bactérias em toronto, devo dizer que fiquei com vontade de ver o filme, mas claro está que o que mais me motivou foi o cast excelente que compunha o filme. no entanto, já se sabe que por vezes o uso excessivo de muitas estrelas num filme, tem sempre o resultado oposto à sua excelência. 

a história retrata a progressão de um vírus pela população mundial, enfatizando especialmente a facilidade de reprodução, apresentando close-ups constantes dos meios de contacto. o filme retrata diversos pontos de vista, desde os cientistas, às famílias, aos governos, às organizações de saúde. no entanto, podemos de certa forma ver o filme e constantemente achar cliché, que na minha opinião é o mais provável e algo com que concordo. 

em termos de elenco, tal como mencionei no princípio, é constituído por muitos bons actores, no entanto muitas vezes o que acontece e, é perceptível através do filme, é que se dilui bastante o protagonismo e acabamos por perder a intensidade em cada um dos papéis interpretados. à excepção de lawrence fishburne e jude law, as restantes estrelas não têm qualquer tipo de relevo, o que me leva a acreditar que este é mais um daqueles filmes em que se juntam alguns nomes e dão o trabalho feito por aí. sendo esta uma visão extremista, não nos poderemos esquecer que o realizador steven soderbergh fez um dos filmes que até hoje permanece na minha mente como um dos melhores filmes que já vi e, que tanto me lembra do meu realizador preferido alejandro gonzález iñárritu, traffic

apesar disso, o filme prima pela abordagem de assuntos que penso necessários ao utilizar o tema de epidemia como enredo: a desordem social num contexto como este e, o poder das farmacêuticas sobre governos e populações inteiras. quanto ao primeiro, não pude evitar ter em plano de comparação o filme blindness, que nos demonstra cruamente (como saramago tão bem faz) este tipo de comportamento egoísta e irracional que é inerente ao nosso instinto. claro que um filme destes não pedia tal violência, no entanto a perspectiva que nos é apresentada é uma tentativa de atingir o mesmo: não há foco, simplesmente quase uma humanidade transformada num filme de zombies. relativamente ao segundo, a personagem de jude law puxa radicalmente o poder das farmacêuticas em esconderem o produto para fazerem aumentar a necessidade à custa de vidas para aumentarem as suas receitas. digamos que este seria o melhor ponto que o filme podia abordar e, para mim foi o auge do filme, no entanto se pudéssemos cronometrar o assunto não superaria 5 minutos no seu total num filme de 106 minutos. 

o que posso concluir é apenas que um elenco foi desperdiçado, um enredo cliché, acompanhado de uma boa abordagem de assuntos que em qualquer instância foram aprofundados, o que resulta num filme superficial. 

RATING: 2.5/5


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