parachutes (2000)



álbum da semana
coldplay
parachutes (2000)

membros: chris martin, jonny buckland, guy berryman e will champion.

1. don't panic
2. shiver
3. spies
4. sparks
5. yellow
6. trouble
7. parachutes
8. high speed
9. we never change
10. everything's not lost (hidden track: life is for living)







na minha opinião, o melhor álbum dos coldplay. no entanto o álbum do qual mais se afastaram. são estes casos que me deixam tristes: quando as bandas se afastam tanto daquilo que são no seu primeiro álbum que deixamos de saber compatibilizar entre uma coisa e outra, a voz é a mesma, mas a mensagem e a sonoridade totalmente diferentes. não culpo os álbuns seguintes como o " a rush of blood to the head" ou mesmo o "x&y", que não fugiram muito, mas a partir do "viva la vida" (que contém algumas músicas muito boas, incluindo o single "violet hill") sente.se a distância a aumentar. há quem defenda estas mudanças em nome da evolução, há artistas que lhe chamam experimentação e, há quem simplesmente chame a integração cada vez mais mainstream de bandas que de início eram as "alternativas".

e, aqui começa o álbum com don't panic uma das minhas preferidas de todo o seu reportório e, uma das que mais ouvi em cenários diferentes como o cinema ou a televisão (faz parte da banda sonora do filme garden state, por exemplo). representa por esta altura, o que era a música de coldplay, com a instrumental melódica e calma, acompanhada pela voz quente de chris martin. após esta introdução ao que é o som de coldplay, dirigimo.nos a shiver, que tanto me emocionou quando foi tocada no alive11'. alegre, sedutora com o sotaque britânico de chris e fugindo de certa forma à tristeza moderada da banda (apesar deste ter sido o primeiro single do álbum, os outros singles tiveram muito mais visibilidade). 

chega spies em tom baixo, sempre pronto para explodir perto do final da música como chris martin fez em "shiver", no entanto é incrível como durante a música sentimo.nos imersos no instrumental quase como se procurassem transmitir o verso "and the spies came out of the water" e, no final do refrão irrompem.nos os instrumentos para quebrar a submersão. de seguida vem quase em estilo de "serenata", sparks, "i know what you'll say, sing one we know", simplesmente em tom baixo, apaixonado e de certa forma, poderia.se dizer que um pouco lamechas, mas todas as canções de amor devem ter um pouco disso, não é?

e, yellow, o single que trouxe a banda à ribalta. sinceramente, se calhar será a minha primeira ou segunda menos preferida deste álbum, mas que ganha pelo seu poder hit e simplicidade. assim se segue, trouble uma das mais poderosas músicas da sua carreira e, que para mim é a que melhor reproduz o seu som. no entanto, esta música relembra algo que uma vez vi no storytellers da banda, em que chris assumia que começou a retirar a inspiração que a sua vida pessoal tinha nas músicas, especialmente, devido ao facto de depois se ter juntado com a famosa actriz gwyneth paltrow. mas seguimos com a música homónima do álbum, parachutes, que de tão simples e tão despromovida de poder como as outras, que quase que parece um b.side. 

high speed, mais uma vez a ponderar a consistência do álbum e, por fim entramos nas duas últimas músicas do álbum: we never change, que é a calma total, penso que será mesmo das músicas mais calmas de coldplay (a amsterdam, a minha segunda preferida do seu reportório, talvez seja capaz de ganhar este título), mas também o pessimismo puro e simples, quase em estilo ricardo reis; não nos esqueçamos então da surpresa na setlist do alive11', everything's not lost (apesar de ter sido tocada em glastonbury), aquele clássico de parachutes, a simplicidade que desperta um sorriso quase imperceptível e ao mesmo tempo irresistível. e, claro que a banda não podia deixar por menos e adicionar a hidden track life is for living, que é das coisas mais bonitas que já criaram (e, que felizmente também tocaram). 

agora, apesar de não ter sido feito anteriormente, penso que é relevante as bonus tracks inseridas na versão japonesa (para dizer a verdade a segunda é que me fez adicionar este parágrafo extra): careful where you stand e a magnífica for you (que tão bem alinha com a amsterdam...). a primeira em estilo declarativo directo com uma melodia ligeiramente diferente do restante álbum e, claro a música for you, que tem o tom deprimente do piano e a calma inevitavelmente equilibrada com um certo dramatismo tão característico da voz de chris saudando a tristeza e invadindo o nosso quarto.

e é esta última frase o que para mim define coldplay e, que penso que se perdeu pelo caminho. os últimos dois álbums já não se reconhece este elemento que os fez uma das minhas bandas preferidas. no entanto, o que me vale é que ainda tenho o parachutes para me lembrar quem eles realmente são e o quão bons eles são capazes de ser (e, sim admito que fico à espera que isto seja só uma crise de meia idade adiantada). 



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