the ides of march & gaza 2010


 



the ides of march & a conversation with paul giamatti
mais que um filme, é um elenco. repleto de grandes talentos, que nos levam a pensar no final do filme que todos eles à excepção de ryan gosling e george clooney deveriam ter tido papéis com uma higher share no filme. no entanto, mais que um filme e, mais que um elenco, é ryan gosling. este filme é ryan gosling, é mostrar o diamante da indústria num novo cenário e num filme mais credível a uma nomeação nos óscares. mais uma vez só posso comprovar o seu talento e reafirmá.lo aqui, após diversas demonstrações do meu amor groupie por ele e, para quem não acredita na minha imparcialidade, o próprio paul giamatti afirmou no passado sábado, no estoril que neste filme ryan gosling é um excelente candidato a óscar com este filme.
relativamente ao filme, é um retrato de toda a estratégia política existente nos estados unidos da américa (ao que não existe comparação por exemplo, com portugal, visto que as eleições por cá são directas por isso pode-se dar azo à manipulação e mentira, etc) devido aos esquemas das eleições, que passam pela eleição do presidente por membros do congresso que foram previamente eleitos pelo povo. o filme demonstra o carácter estratégico em vez de eleitoral das eleições americanas, de tal forma, que torna a eleição do presidente dos estados unidos, uma das maiores figuras internacionais, numa espécie de jogo. um jogo cujas variáveis são os representantes do congresso, os media e o adversário. apesar de esta estratégia já ser algo conhecido do público americano, acho que é o segundo ponto forte do filme, porque banaliza e demonstra como se deve ganhar uma eleição, mesmo dizendo as coisas estapafúrdias sobre energias renováveis, que hoje em dia não fazem sentido nenhum (esta última parte remete apenas para um discurso quase surreal hoje em dia da personagem de george clooney). 
no entanto, pelo que paul giamatti explicou a principal intenção do filme era demonstrar como qualquer pessoa por muito que tenha valores morais pelos quais se cinge não quer dizer que "não meta o pé na poça", especialmente no mundo da política. a personagem de ryan gosling mostra no entanto o mundo de "bad guys" da política, em como são transformados num jogo de interesses, em pessoas que não eram, mas as quais tiverem que se adaptar para sobreviver no mundo político. 
quanto ao contexto, paul giamatti afirmou que o filme tinha sido feito como uma espécie de crítica à administração bush e, na altura que obama foi eleito não parecia fazer sentido lançar o filme, até que obama acabou por ficar aquém de todas as expectativas e então acharam que estava num óptimo momentum para lançar o filme ao público. na minha opinião, faz muito mais sentido a aplicação ao contexto Obama do que ao contexto Bush, especialmente devido à personagem de Clooney que quase se assemelha a Obama, mas do ponto de vista dos eleitores tanto no filme, como na realidade em tempo de eleições.

RATING 4/5

após a exibição do filme no centro de congressos do estoril no último sábado (e como já fiz aqui umas quantas referências), paul giamatti sentou-se com o público para responder a algumas das suas perguntas. penso que o mais importante já mencionei anteriormente,  mas o que queria apenas comentar aqui em rodapé, é o à vontade que o sr. paul giamatti conseguiu criar com o seu bom humor, às vezes mesmo sarcástico com o público ou mesmo sobre a sua preguiça inerente. foi impossível não passar o tempo todo a rir e, notou-se pela primeira instância de perguntas em que não existiam devido a timidez e, depois a um final em que ainda haviam pessoas que queriam fazer perguntas, mas o seu tempo de antena já tinha acabado.







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gaza 2010 de kai wiedenhöfer
uma exposição para mim necessária aos olhos de qualquer pessoa, não só para perceber o que se passa em gaza, mas também para conhecer o que acontece em outros pontos do mundo, enquanto temos o conforto da nossa casa. acho que mais que os ferimentos de guerra, são as (faltas de) paisagens de casas destruídas e ao seu redor nada, um aeroporto que parece a ruína de uma casa, uma casa totalmente destruída com o vazio em seu redor com uma das crianças que vive na zona. e em que só nos podemos perguntar: onde vivem? em que zona? é importante também ler as legendas e ver do que é que aquelas ruínas são sombra; e, ver também que muitas das pessoas que foram feridas estavam supostamente em zonas "neutras" da guerra e que mesmo assim foram atingidas.

é uma realidade que não é a nossa, mas faz parte da realidade a que pertencemos.









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