"but we know that who ever holds the reigns, nothing will change, our cause has gone insane."

 devido à minha contínua persistência em ouvir muse a torto e a direito, surgiu-me uma nova ideia que provém do meu constante processamento de pensamentos que derivam de muitas letras da banda. considerando que os blogues (que já vão nuns quantos) são o meu escoamento de pensamentos, que ficam guardados sem necessidade de grande organização da minha parte, achei por bem que cada verso que despoletasse em mim pensamentos deveria ser escrito, também de certa forma para reavivar o meu espírito crítico que no último ano tem vivido em estado zombie. 
 assim inaugurando, esta frase facilmente reconhecível da "united states of eurasia" na minha opinião quase na totalidade reverte ao estado de portugal, apesar de muita gente não se aperceber que a questão deveria ser "como é que chegámos aqui e como vamos sair disto?" em vez de criar o movimento "anti-sócrates". mas já se deve considerar que este tipo de comportamento já deriva por si só da mentalidade à priori dos portugueses. já chegámos a um ponto, que acho que todos já deveriam ter percebido (aliás, estou a considerá-los demasiado alto, porque o problema é que já perceberam mas actuar como parvos ajuda) que se o nosso actual primeiro ministro sair, entrará pedro passos coelho e, não existirão grandes diferenças. no entanto, como a frase apresenta a nossa causa está insane, mas acho que o problema da nossa população se deve mais à falta de causa visto reger-se por falta de recursos para satisfazer necessidades individuais. 
 em conversa com um amigo no largo de camões discutíamos sobre o estado de portugal comparativamente ao meu recente país de residência, a holanda. após nos termos encontrado em amesterdão há cerca de 5 meses e termos ambos presenciado a cultura e estilo de vida dos holandeses, foi interessante uma situação que ocorreu com ele numa coffeeshop com um holandês acabado de entrar. após alguma conversa, o holandês começou a argumentar que a grande diferença entre os dois países eram as raízes religiosas; se por um lado, temos os holandeses maioritariamente protestantes e que se regem pelo movimento do calvinista e por outro, os portugueses católicos. no primeiro caso, os indivíduos consideram que as suas acções deverão ser julgadas pela sua moral individual relativamente à moral cristã; ou seja, se por um lado a nossa cultura nos ensina que A e B é pecado, no caso da holanda, cada um entende para si se está certo ou errado, não se regendo por padrões estabelecidos para a generalidade. por isso, basicamente esteja tudo legalizado na holanda, cada um tem o poder de decidir para si o que está certo ou errado, o que deveria ser estabelecido actualmente como definição de liberdade. outra questão que se deve considerar importante remete para o facto de no calvinismo, se acreditar que deus escolheu um grupo de pessoas e os restantes foram enviados para o inferno; isto resultou em que os calvinistas acreditassem que o sucesso no trabalho e a consequente riqueza fossem sinais de que pertenciam ao grupo dos escolhidos. ou seja, criou-se uma cultura em que o constante trabalho deriva em recompensas ao longo da vida, o que se contrapõe à cultura em que vivemos em que deveremos não sucumbir ao pecado e que dependendo do nosso saldo de pecados temos a eterna felicidade ou vamos para o inferno (após a morte atenção!). 
 considerando tudo isto, é interessante marcar a comparação do mundo actual, em que após viver um ano na holanda habituei-me a não comer fora (durante um ano no máximo, 15 vezes...), a não ouvir qualquer waiting rings e toques de chamada de telemóveis da mais recente geração (não como em portugal que chego cá e, oiço falar pela primeira vez de telemóveis touch), nunca mais ver bmw's e mercedes apesar de existirem só alguns carros nunca vi nenhum de uma marca xpto. e com tudo isto toda a gente da minha idade tinha um ou mais trabalhos, todos na faculdade, e todos já tinham viajado para pelo menos metade da europa. 
 no entanto o país foca-se todo em sócrates como a raiz de todo o mal, quando no que estamos é no que já ouvi em alguns sítios "uma crise de valores" e ao qual também coincide a deadline de vários pedidos de crédito concedidos. 


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