e recentemente e, talvez temporariamente, perdi o meu vocabulário filosófico, complexo e repleto de analogias resguardadas em textos indirectos e, sublimes de pertença meramente paralela às verdadeiras linhas. talvez a minha diferente perspectiva actual me insira numa linguagem directa, num dialecto predilecto do senso-comum, para leitura do analfabeto via consoantes e vogais faladas. tenho andado às voltas com o pensamento de me ir embora, já me restam aqui uns meses e, as saudades, aquele bichinho inoportuno tão português, viola.me os miolos com a mesma intensidade que me apetece violar certos momentos. questiono a importância agora de beijos e, gestos daqueles bem ternurentos, que dão vontade a uns de vomitarem e, a outros de amarem. um beijo escondido é tão bem melhor (sim, eufemismos crio como quiser) apesar do amar e desejar pedir mais. talvez, mais uma vez, talvez, o tempo só nos dê o que necessitamos, talvez o adeus breve seja a melhor motivação para um dia violento, para aquele não quebradiço, que nos arrefece. a persistência deve ser uma ferramenta a utilizar paralelamente, enquanto cantamos uma ode com intenções próprias camufladas de 'sim, amo-te' quanto o remetente só grita 'quero uma queca' ou simplesmente um solitário 'só quero que estejas presente'. como aspirante a escritora poética de sentimentos profundos e, escuros (pois não sei escrever sobre momentos felizes, a não ser se for a minimizá.los ou ironizá.los) é um desafio aprender a falar slash viver sem deitar umas palavras que corrompam os átomos de oxigénio. curioso, o silêncio ensina.nos a ler expressões em vez de lábios ou alfabetos. neste silêncio completado de recaídas, começo aprender a dizê.lo sem escrevê.lo ou ditá.lo (sim, frases afirmativas são o maior processo egocêntrico de falta de democracia). não diria que aprendi a amar, porque reconheço que o amor é um dialecto que eu nunca vou conseguir dominar, os comportamentos são mais interessantes. diria talvez, que no maior silêncio, na minha abstenção passivo.agressiva, vejo.te para além do microscópio de tretas intelectuais e amorosas. prefiro sentir.te, cativar por mim só, ser contigo e tu fingires ou não saberes que a distância por imposição regulada (e tanto fazia senão o fosse) só me leva mais longe ao mesmo tempo que me leva mais perto. a confiança o sentir por ti, é cego. por isso, vou de olhos vendados, ouvidos atentos e, mãos abertas, porque isso é realmente sentir.te (por muito longe que isso esteja de amar). nunca fui uma linha recta a confiar, nem tu alguma vez serás, mas de rácios inversamente proporcionais é que se cria o equilíbrio.
'to call at 7:03 and on your machine I slur a plea for you to come home but i know it's too late and i should have given you a reason to stay' - i still have a long way to 7h03.
'to call at 7:03 and on your machine I slur a plea for you to come home but i know it's too late and i should have given you a reason to stay' - i still have a long way to 7h03.
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